Você já se pegou falando na rua sozinho?

Faz muitas coisas ao mesmo tempo?

Assume outra personalidade quando vai trabalhar?

Quem sabe você já está se tornando um esquizocênico!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

UTOPIA (baseado em Thomas Morus)

“Sê o que quiseres, mas procura sê-lo totalmente.”

(Thomas Morus)

Proposta de encenação

A encenação do espetáculo Utopia pela Cia. EsquizoCênica expõe parcelas da identidade e da busca teórico-artística dos EsquizoCênicos. Enfatiza a intersecção ator-platéia ao inserir o público nas células cênicas que formam o cenário sugerido por objetos e desenhos que dialogam entre si, complementando-se e corrompendo-se de intertextualidade expressiva. Demissionários dos limites do palco, os atores apropriam-se de seus contornos e atuam livres na imensidão sugerida pela cena. Dessa forma estão presentes no universo das personagens de forma ideográfica, o mel, o leite, o baralho, o dinheiro, retratados como metáforas da narrativa, artifício que ressalta a dramaticidade através da encenação ao estender a profundidade de campo e sublinhar as conseqüências de cada ação individual em relação à comunidade. A representação evolui sobre o conceito de encontro, no sentido moreniano do termo, para mais adiante flertar com o teatro didático brechtiano e fundi-lo ao conceito de esquizocenia que lança a um só tempo numa mesma especificidade estético-vivacional o eu, o outro e o mundo da personagem. Da autenticidade dramática a que se expõe o corpo do ator esquizocênico, verdadeiramente satisfaz o desejo – quase dever – de retratar a complexidade da alma humana da forma mais artística e profunda quanto possível.

A dramatização da obra de Thomas Morus abriu espaço para uma dramaturgia sui generis, altamente criativa e impactante. Assim temas como os sonhos, a falta de perspectivas, a falta de amor incondicional pelo ser humano, podem ser representados por essas personagens que dialogam em suas ilusórias verdades, sem abrirem mão das irônicas delicadezas contidas em sua existência.

A Cia. EsquizoCênica vê na obra de Thomas Morus um discurso libertário que expõe as entranhas e os desvios da sociedade brasileira, e da sociedade global.