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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A dialética do discurso


É muito importante estabelecer uma relação dialética com o discurso, e consequentemente com a manipulação da mensagem ali espressa.

(dialética): processo que estabelece uma tese, uma anti-tese e uma síntese.

No caso da literatura, o próprio processo comunicativo se dá dessa forma dialética.

O estabelecimento dos significados no texto:

Autores:

Bakhtin:

A percepção completa de um enunciado se dá por variados campos: fenomenológico; sociológico; lingüístico; histórico-literário.

O fenomenológico, que em linhas gerais é uma forma de buscar a essência por trás da aparência. Assim, passo a passo, através da leitura, da discussão, e da reflexão, adentramos esse campo.

O sociológico, que considera o social como caráter primordial da comunicação, assim a linguagem e o pensamento, são constitutivos do homem, e são necessariamente inter-subjetivos.

O lingüístico, que funda a translinguistica, valorizando a enunciação e não o enunciado. Isso coloca a interação verbal como fonte importante na apreensão de significados, faz não menos importante, as múltiplas vozes, que se misturam à voz do receptor do discurso.

O histórico-literário, a literatura tem em si múltiplas vozes, essa pluralidade de vozes esta presente na consciência dos locutores de duas formas diferentes: ou o discurso da obra é em si mesmo homogêneo, mas se opõe em bloco às normas lingüísticas gerais; ou então a diversidade do discurso (a 'heterologia') se encontra representada no próprio interior do texto.

Maria Helena Martins: a leitura sob pontos de vista

1) A decodificação mecânica de signos lingüísticos, por meio de aprendizado estabelecido a partir do condicionamento estímulo-resposta (perspectiva behavorista-skinneriana);

behaviorismo: respostas operantes e estímulos de reforço, ou melhor, estudo do comportamento humano.

2) O processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos (perspectiva cognitivo-sociológica). Os três níveis de leitura: sensorial, emocional e racional.

NIETZSCHE: a comunicação como mediadora da vontade de potência dos seres. Pela expressão dos enunciados o ser gera conhecimento e o enaltecimento do vir-a-ser, no sentido de que a idéia de si e do outro está em trânsito via comunicação. A vontade de poder, está diretamente ligada com a comunicação dos valores sociais e culturais dos seres.

A leitura das Palavras

1 - A leitura sensorial não é uma leitura elaborada, ela começa cedo, quando ainda somos crianças, e se configura como uma resposta imediata às demandas e ofertas que o mundo nos apresenta, sendo intrínseca às primeiras escolhas e revelações.

2 - A leitura emocional abarca os sentimentos, logo se configurando um expediente cujas tessituras acerca do objeto lido estão na esfera da subjetividade. O leitor não faz uma leitura crítica, geralmente se deixa levar “pelo momento”, se desvencilha de seu mundo, da realidade – talvez um modo para “dar asas” à fantasia, a desejos ou mesmo para ressaltar ou amenizar frustrações – e adentra o mundo ou situação apresentados pela leitura.

3 - A leitura racional é caracterizada pela busca do leitor em compreender e dialogar com o objeto lido, postura que substitui o processo de identificação, presente na leitura emotiva. O leitor dialoga com o texto lido na medida em que busca a realidade deste e faz uso de suas experiências pessoais e do contexto histórico e da situação de leitura do texto. O processo de identificação e a disponibilidade se transformam em desprendimento do leitor, em anseio da apreensão de um processo de criação.

Pêcheux: Materialista, a linguagem é uma expressão histórica da realidade social, uma manifestação de relações de poder ideológico que descrevem. Língua, história e relações sociais convergem na análise. Pêcheux análise ideológica e visibilidade »discursivas memória" na expressão lingüística, ou seja, os valores dominantes de Transferências (econômico, político, religioso, etc) que "alienam" a imaginação e as projeções que um momento histórico viu. Mas projetando uma capacidade de resposta do tema antes do discurso dominante, uma dialética que lhe permite ser antecipado, para imaginar, negociar e fazer. Para ele a língua é um objeto montado pelo lingüista e deve ser reconhecida pelo seu funcionamento e não porque tem funções.

Foucault: análise das relações de poder não devem ser centradas no estudo dos seus mecanismos gerais e seus efeitos constantes, e sim realizar sua analise pelos "elementos periféricos" do sistema do poder. Escreveu sobre o sujeito, os saberes, os poderes e as instituições modernas, e também discute o que se pode e o que não se pode fazer com ele(o poder) e a partir dele e o quão produtivo tudo isso é para a Educação”

Kleiman: espaços narrativos onde complexas relações interpessoais, vivências profissionais e representações sociais formam uma intricada rede social e tornam possível o (re)posicionamento identitário através de práticas discursivas. Coloca-se com clareza para o(a) leitor(a) a preocupação dos pesquisadores em relação ao lugar social de onde falamos – e escrevemos. Conceitos de letramento e retextualização. Letramento(KLEIMAN, 1995, apud GUEDES-PINTO, GOMES e SILVA, p. 68) é definido como "um conjunto de práticas sociais nas quais um sujeito ou um grupo de sujeitos se engaja e em que a escrita é parte integrante". Questões de poder estão intrinsecamente ligadas à prática da escrita, que é construída socioculturalmente ao longo da história humana. Por retextualização, entende-se uma "atividade que implica a produção de um novo texto a partir de um ou mais textos-base (MATENCIO, 2002), envolvendo relações entre gêneros e textos (intertextualidade) e entre discursos (interdiscursividade)".

Moita Lopes: num primeiro nível, estudos sobre a fonética, que se preocupa com os sons da língua sem considerar o sentido. Na descrição de uma língua desconhecida esse era o primeiro aspecto estrutural a ser estudado. A fonética divide-se em três: articulatória, que estuda as posições e os movimentos dos lábios, da língua e dos outros órgãos relacionados com a produção da fala (como as cordas vocais); acústica, que lida com as propriedades das ondas de som; e auditiva, que lida com a percepção da fala.

O segundo nível é a fonologia, que identifica e estuda os menores elementos distintos (chamados de fonemas) que podem diferenciar o significado das palavras. A fonologia também inclui o estudo de unidades maiores como sílabas, palavras e frases fonológicas e de sua acentuação e entonação.

No nível seguinte, são analisadas as unidades com as quais as palavras são montadas, os "morfemas". Esses são as menores unidades da gramática: raízes, prefixos e sufixos.

Maingueneau: Análise do Discurso ou Análise de Discursos é uma prática e um campo da lingüística e da comunicação especializado em analisar construções ideológicas presentes em um texto. É muito utilizada, por exemplo, para analisar textos da mídia e as ideologias que trazem em si. A Análise do Discurso é proposta a partir da filosofia materialista que põe em questão a prática das ciências humanas e a divisão do trabalho intelectual, de forma reflexiva.
De acordo uma das leituras possíveis, discurso é a prática social de produção de textos. Isto significa que todo discurso é uma construção social, não individual, e que só pode ser analisado considerando seu contexto histórico-social, suas condições de produção; significa ainda que o discurso reflete uma visão de mundo determinada, necessariamente, vinculada à do(s) seu(s) autor (es) e à sociedade em que vive(m).
Texto, por sua vez, é o produto da atividade discursiva, o objeto empírico de análise do discurso; é a construção sobre a qual se debruça o analista para buscar, em sua superfície, as marcas que guiam a investigação científica. É necessário, porém, salientar que o objeto da Análise do Discurso é o Discurso.

Junger: A inserção do discurso literário no processo de ensino e aprendizagem de espanhol como língua estrangeira; A construção dos sujeitos da enunciação em obras lexicográficas da língua espanhola. Todas elas estão voltadas para a discussão de aspectos de compreensão leitora em espanhol como língua estrangeira (E/LE), com especial atenção ao processo de formação de (professores) formadores de leitores em LE. Quanto ao quadro teórico subjacente aos estudos e à abordagem metodológica, a análise do discurso francesa (AD) de base enunciativa será a principal fonte de orientação teórica (Bakhtin, 1997; 2004. Benveniste, 1993; 1994. Maingueneau, 1995; 1996

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